sexta-feira, 2 de abril de 2010

A volta do apartheid

Cotas nas universidades públicas para corrigir uma exclusão social de mais de 500 anos. Sério, quem teve essa brilhante ideia?

Essa semana na UFPB houve uma reunião decisiva sobre a política de cotas do governo federal, depois de anos de discussão [e negociação, visto que para cada aluno que entra pelas cotas a universidade ganha um benefício em dinheiro] a cúpula da Universidade Federal da Paraíba resolveu adotar a política de apartheid, ops, das cotas a partir de 2011.

O Conselho da UFPB decidiu pela reserva de vagas para os estudantes que cursaram todo o ensino médio e pelo menos três séries do ensino fundamental em escolas públicas, obedecendo a seguinte escala: 25% das vagas de todos os cursos para 2011; 30% das vagas de todos os cursos para 2012; 35% das vagas de todos os cursos para 2013; 40% das vagas de todos os cursos em 2014.

No Brasil parece que em ano eleitoral tudo é válido pra conquistar uns votinhos, até diminuir o nível do alunado do ensino público superior [parece que só os ensinos médio e fundamental serem uma porcaria não é suficiente].

Vamos ter uma universidade pública mais "democrática" segundo os que apoiam a ideia, mas e no futuro como vai ser? Os diplomas vão sair com um asterisco no final "*ingresso(a) pelas cotas"? E como serão aceitos esses profissionais no mercado de trabalho? Melhor ainda, como serão aceitos esses estudantes dentro das universidades? E como eles irão acompanhar aqueles que tiveram os melhores professores e materiais a vida inteira?

Políticas imediatistas são o forte dos políticos brasileiros, plano real pra derrubar a inflação, empréstimos com o FMI pra "salvar" a economia, política de cotas para "democratizar o ensino superior público"... os resultados das políticas imediatistas nós conhecemos, mas brasileiro é aquele povo que vive de jeitinho, se esquece rápido das coisas e vende seu voto por qualquer dentadura usada...

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